domingo, 25 de setembro de 2011

AMOR NÃO É POSSE


               Tenho acompanhado nos últimos meses uma série de situações nas quais, as pessoas apresentam um comportamento muito diferente daquele que dizem sentir. Por isso, resolvi escrever alguma coisa para as pessoas que dizem amar, mas se comportam como se fossem donos de quem amam. Tal situação ocorre em eventos de ciúmes e términos de relacionamentos.  Analisemos uma coisa: se uma pessoa esta contigo, partamos do pressuposto que está porque quer, porque deseja e gosta de você. Portanto, ela tem livre arbítrio para estar contigo, pois você a satisfaz e suplementa a existência dela, além de fazê-la sentir-se melhor em sua presença. No entanto, isso não significa que ela é sua propriedade e que você pode exigir comportamentos e atitudes que estejam de acordo com as tuas conveniências. Porém, se vocês se conhecem e são cúmplices, esta pessoa sabe o que você gosta e o que pensa de certas atitudes e, porta-se de forma a também satisfazer-te sem que lhe seja um sacrifício. Então, frase do tipo: “eu não permito, eu proíbo ou eu não deixo” não devem fazer parte da convivência de um casal que esta junto por querer. Estas deveriam ser substituídas por: “eu preferiria, eu gostaria, você não acha melhor” e assim por diante.  Estes comportamentos simplesmente mostram o respeito que os dois têm um pelo outro, abdicando, eventualmente, de algumas atitudes em respeito ao amado. Quando isso ocorre, ambos adaptam-se (e não mudam) a convivência com o outro sob a égide do respeito à pessoa, mais que qualquer outra coisa. Mas quando o respeito não existe mais, tudo muda, pois as exigências começam a aflorar e as ordens começam a sobrepor a vontade individual a ponto de o ciúme torna-se o sentimento dominante de um dos lados, isso é o prenuncio do fim. Ninguém deve ficar com outra pessoa por pena e ninguém deve exigir que a outra faça coisas que não gosta apenas para satisfação de uma. Isso não é casal, é indivíduo, e relacionamento é a formação de um casal sem que cada um perca sua individualidade, pois continuam existindo o homem, a mulher e o casal e todos devem ser felizes.
                Logo, se você esta com alguém, aproveite todos os momentos felizes que estiver com esta pessoa para que a vontade de estarem juntos cresça a cada dia, pois se isso não ocorrer, um dos dois perderá o desejo da presença do outro e nada a fará mudar de idéia, porque o prazer da companhia não existe mais.  Não adianta exigir, pois o sentimento não é ordenado é construído. NELSON DE MELLO

Um comentário:

  1. Como sempre, incrível! Isto traduz aspectos de muitos casais, infelizmente. Não saber desfrutar da delícia de ter alguém, perder os melhores momentos da vida por falta de confiança, não só do outro, mas também, a própria.

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