domingo, 13 de março de 2011

A fragilidade humana


É impossível assistir televisão nesses dias e não parar para pensar na nossa fragilidade diante da natureza. Ao vermos cenas do Japão, com o mar invadindo cidades, carregando carros e casas, tal qual fazíamos quando crianças com a mangueira d’água. Ou então, olhando várias cidades brasileiras invadidas por enxurradas, lama, detritos e água. Mas o pior de tudo é quando vemos essas situações e fazemos parte delas. Neste final de semana tive os dias mais angustiantes de minha vida, quando parte da minha família ficou incomunicável em uma região onde, desmoronamentos enxurradas e enchente varreram uma pequena vila num município do interior do Paraná. O pior sentimento que podemos ter é o de impotência diante das forças da natureza, quando nos percebemos insignificantes para termos capacidade de ação a fim de salvarmos ou ajudarmos pessoas que estão necessitadas. Além disso, a incerteza de saber se seus queridos estão a salvo, quando noticias de imprensa dão conta que na mesma região “várias pessoas estão ilhadas e houve mortes”. O que fazer, senão esperar com o coração quebrantado como se nos tirassem um pedaço, e ironicamente, ficamos felizes quando sabemos que quem morreu foi um conhecido e não um de nossos queridos. Mas só nos consideraremos “aliviados” quando ouvimos a voz daqueles que amamos dizendo que estão salvos, não obstante, a perda dos bens materiais. Isso nos faz refletir, o que somos nós? Para que tanta soberba, tanta prepotência nesse mundo se o que somos nada mais é que “um pedaço de casca de ovo sendo levado pelo vento”, com uma fragilidade imensa. Sabemos que cidades, campos, florestas e famílias foram devastadas, no entanto, a nossa resiliência e esperança nos manterão em pé diante dos mais profundos problemas que nos advêm.  Vamos nos levantar, pois ainda nos restou a vida e com ela mantemos a esperança, mesmo que o inexorável tempo mude tudo. Estamos aqui para viver e, esta força de vida nos possibilitará tal qual a fênix lendária, renascer das cinzas para mantermos acessa a chama da esperança da humanidade. Nestes dias escuros e tenebrosos aproveitemos para refletir sobre o que é a nossa vida, não meramente para atestamos nossa fragilidade, mas sim para percebermos que devemos viver fazendo planos como se fossemos imortais, mas devemos amar e tratar as pessoas como se morrêssemos hoje. Pense nisso e obrigado por ler. NELSON DE MELLO

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